Hoje reunido em Frankfurt, na Alemanha, o Conselho do BCE reduziu a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito para 2,00%, o mínimo desde o final de 2022, enquanto as taxas de juro das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez diminuíram para 2,15% e 2,40%, respetivamente.
Este corte das taxas de juro -- o oitavo no atual ciclo de baixa da política monetária - terá efeitos a partir de 11 de junho.
Em conferência de imprensa após o anúncio da decisão, Lagarde não assumiu explicitamente que o BCE poderá fazer agora uma pausa nas reduções das taxas, mas disse que se está a chegar ao fim de um ciclo de política monetária.
"Ao nível atual das taxas de juro, estamos a chegar ao fim de um ciclo de política monetária que respondia a choques acumulados, incluindo a covid-19, a guerra na Ucrânia e a crise energética", que fizeram os preços disparar, afirmou.
A presidente do banco central considerou ainda que o BCE está em "boa posição" para enfrentar as incertezas económicas relacionadas com os direitos aduaneiros.
Isto apesar de não se conhecer ainda "qual será o resultado das negociações" entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos sobre os direitos aduaneiros, nem o "nível de represálias" que poderá ser decidido, com possíveis impactos na economia.
Segundo a presidente do BCE, o banco central está neste momento confiante de que poderá atingir a sua meta de inflação de 2% a médio prazo: "Estamos bem posicionados. Estamos numa boa posição" para atingir essa meta de inflação, considerou.
O BCE prevê que a inflação geral irá baixar devido à queda dos preços da energia e à força do euro, situando-se em 2% em 2025, 1,6% em 2026 e 2,0% em 2027.
Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores, Christine Lagarde afirmou-se ainda "determinada" a concluir o seu mandato à frente do BCE, que termina em outubro de 2027, refutando rumores de que sairia mais cedo para presidir ao Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça.
"Posso afirmar com toda a convicção que sempre estive e continuo totalmente determinada a cumprir a minha missão e a concluir o meu mandato", declarou.
O mandato de Christine Lagarde teve início em 2019 e deve terminar em 2027.
O jornal Financial Times avançou há uma semana, numa notícia exclusiva, que Lagarde teria proposto encurtar em cerca de 10 meses o seu mandato na instituição monetária para assumir a presidência do Fórum Económico Mundial, algo que um porta-voz do banco veio então negar.
Na notícia, o Financial Times citava o fundador e ex-presidente do Fórum Económico Mundial (Fórum de Davos), Klaus Schwab, segundo o qual Lagarde e ele próprio teriam debatido há anos essa possibilidade, tendo-se mesmo falado em providenciar um apartamento na Suíça para que ela assumisse a presidência da organização.
[Notícia atualizada às 15h15]
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