Segundo a agência noticiosa, o BPCE ultraou o espanhol Caixabank, dono do BPI, e está a negociar os termos para um acordo com a Lone Star, fundo que detém 75% do capital da instituição.
A Lone Star aprovou na semana ada a issão do capital do Novo Banco em bolsa e as alterações dos estatutos que o permitem, abrindo caminho, além da venda direta, a uma oferta pública inicial.
A aprovação em assembleia representa uma decisão precedente e não obriga o banco a lançar-se na bolsa, mas possibilita que o faça, caso os acionistas assim o entenderem, uma vez que esta hipótese continua em aberto, a par de uma venda direta.
O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.
Desde 2017, quando o Novo Banco foi vendido à Lone Star, o Fundo de Resolução bancário injetou 3.405 milhões de euros no banco, provocando várias polémicas políticas e mediáticas. Com o fim antecipado deste mecanismo, em final de 2024, tornou-se possível a venda do Novo Banco e que este pague já dividendos.
A Lone Star anunciou para este ano a venda de parte do banco em bolsa e um plano de distribuição de dividendos para tornar a instituição atrativa para os investidores.
As fontes da Bloomberg, que pediram para não serem identificadas, uma vez que a informação é privada, registam que o fundo poderá tomar uma decisão nos próximos dias.
A agência noticiosa acrescentou que tentou ar Lone Star, BPCE, Novo Banco e Caixabank, mas que estes se recusaram a comentar.
A Lone Star detém 75% do capital do Novo Banco, estando os restantes 25% divididos entre Fundo de Resolução e Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).
A compra do Novo Banco pelo BPCE -- que detém Banque Populair e Natixis -- aumentaria a sua presença pela Europa, num contexto em que os executivos têm dificultado estas aquisições: em Espanha, tem havido resistência para a compra do Sabadell pelo BBVA, enquanto Itália apresentou várias condições para a compra do BPM pelo Unicredit.
Em Portugal, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu, em maio, que os bancos espanhóis não deveriam aumentar a sua quota de mercado.
"A banca espanhola representa hoje um terço do mercado bancário português e creio que por uma questão de concentração e dependência, esse valor não devia subir", disse, em entrevista na RTP3.
O Novo Banco revelou no início do mês que teve lucros de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 1,9% do que nos primeiros três meses de 2024.
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