Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, de extrema-direita e defensores da expansão dos colonatos israelitas na Cisjordânia, enfrentam o congelamento de bens e a proibição de viajar para estes países.
A decisão dos cinco governos favoráveis a Israel constitui uma forte crítica à política de colonatos israelita na Cisjordânia e à violência dos colonos, que aumentou desde o ataque desencadeado pelo Hamas a 07 de outubro de 2023, na Faixa de Gaza.
Num comunicado conjunto, citado pela AP, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos cinco países referem que Ben-Gvir e Smotrich "incitaram à violência extremista e a graves violações dos direitos humanos dos palestinianos", sublinhando que "a retórica extremista que defende a deslocação forçada de palestinianos e a criação de novos colonatos israelitas é terrível e perigosa".
Na declaração conjunta, os chefes da diplomacia da Austrália, Canadá, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido assinalam que a imposição de sanções se destina a "intensificar a resposta internacional" perante os atos de violência que sofrem os palestinianos na Cisjordânia por parte de "colonos israelitas extremistas" que, afirmam, prejudicam um futuro Estado palestiniano.
Apesar das sanções, o Reino Unido e os seus parceiros reiteraram o seu "compromisso" em manter uma "sólida amizade" com o povo de Israel e afirmaram que vão continuar a trabalhar com o governo israelita para "alcançar a paz e a segurança a longo prazo".
"Estamos firmemente empenhados com a solução de dois Estados, que é a única forma de garantir a segurança e dignidade dos israelitas e dos palestinianos e de assegurar a estabilidade a longo prazo na região", lê-se no texto, acrescentando que esta "está ameaçada pela violência extremista dos colonos e pela expansão dos colonatos".
Citado pela Efe, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lamy, considerou que a atitude dos dois governantes israelitas é "inaceitável".
"Por isso, tomámos estas medidas agora: para pedir contas aos responsáveis", afirmou.
Antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel referiu que foi informado das sanções.
Smotrich, ministro das Finanças de Israel, escreveu nas redes sociais que descobriu que o Reino Unido tinha decidido aplicar-lhe sanções por obstruir a viabilidade de um Estado palestiniano.
"Estamos determinados a continuar a construir", disse.
"Vencemos o faraó e vamos vencer o 'muro' de Starmer", escreveu, por seu lado, Ben-Gvir, ministro da Segurança Interna, recorrendo também às redes sociais.
Entre janeiro de 2024 e abril de 2025, os colonos realizaram mais de 1.900 ataques contra civis palestinianos, segundo indica o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Ainda que estas sanções visem acontecimentos relacionados com a Cisjordânia, os chefes da diplomacia sublinharam que não devem ser vistas de forma isolada da "catástrofe de Gaza" e apelaram a um cessar-fogo imediato, ao fluxo "desimpedido" da ajuda humanitária e a nenhuma redução o território da Faixa de Gaza.
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