Os dois arguidos, Ângelo Guterres, de 31 anos, e o irmão Fábio Guterres, de 25, respondiam por dois crimes de homicídio por motivos raciais, ocorridos em novembro do ano ado, em Praias-do-Sado, um deles consumado, de que resultou a morte do cidadão indiano Gurpreet Singh, de 24 anos.
Na origem do crime terá estado um desentendimento de Ângelo Guterres com um grupo de cidadãos indianos num café, discussão que o arguido disse ter ocorrido porque a sua mãe teria sido assediada por outros imigrantes da mesma origem.
Pouco depois desse incidente, Ângelo Guterres terá pedido ao irmão, Fábio Guterres, que lhe trouxesse a arma de fogo que tinha em casa, com a qual disparou para o interior de uma casa onde residia um grupo de cidadãos indianos, atingindo mortalmente Gurpreet Singh.
Ângelo Guterres, sempre acompanhado pelo irmão, deslocou-se ainda às traseiras do imóvel, para onde tinham fugido outros ocupantes da casa, e efetuou mais dois disparos, que atingiram outro imigrante num ombro.
Na leitura de um resumo do acórdão, o magistrado que presidiu ao coletivo de juízes, Tiago Prudente, disse que a pena de prisão a aplicar a Ângelo Guterres "não poderia ser inferior" face à gravidade dos crimes praticados.
Lembrou ainda que o outro arguido no processo, Fábio Guterres, embora não soubesse das motivações do irmão, não só foi buscar a arma como o acompanhou na prática dos dois crimes, nada fazendo para os evitar.
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