José Pedro Aguiar-Branco falava aos jornalistas a meio de uma visita à Feira do Livro de Lisboa, depois de interrogado se Marcelo Rebelo de Sousa, que na terça-feira teve o seu último Dia de Portugal enquanto Presidente da República, vai deixar alguma marca nessas comemorações.
O antigo ministro social-democrata, porém, não quis falar do atual Presidente da República em jeito de balanço, alegando que ainda faltam seis meses até às próximas eleições presidenciais.
"Nós não podemos deixar de referir que ainda tem muito trabalho para fazer. Portanto, a minha mensagem é de que os próximos seis meses são muito importantes. Vamos ter duas eleições: as autárquicas e as presidenciais", apontou.
Face a este calendário, segundo José Pedro Aguiar-Branco, "nem de perto nem de longe, fazem com que o Presidente da República termine o seu mandato agora".
"Espero que esse trabalho que [Marcelo Rebelo de Sousa] tem para frente o faça com a competência com que nos habituou", acrescentou.
Questionado sobre o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que pretende sair "de levezinho" das funções de Presidente da República, o antigo ministro social-democrata comentou: "Levezinho ou não, tem esse grau de responsabilidade".
"Sei que ele é muito fiel à responsabilidade do cargo que ocupa", acrescentou.
O Presidente da República, que vai terminar o seu segundo mandato daqui a nove meses, em 09 de março de 2026, fez em, Lagos, no distrito de Faro, na terça-feira, uma espécie de balanço dos seus mandatos, a propósito do 10 de Junho.
Marcelo Rebelo de Sousa explicou como tenciona sair do exercício do cargo: "Sair de levezinho, ir saindo. Ir saindo e dando o palco, exceto naquilo em que o Presidente tem de ser Presidente".
José Pedro Aguiar-Branco, perante os jornalistas, falou também sobre a sua visita à Feira do Livro de Lisboa, iniciativa que considerou "um marco muito importante na cultura portuguesa".
"Ao fazermos esta visita, estamos também a dar expressão da sua importância para a cidadania, para a sociedade, representando, também, um estímulo adicional para que todos os que aqui estão presentes. Um estímulo para que sintam que também a liderança dos órgãos de soberania reconhece essa importância, nomeadamente do livro", afirmou o presidente do parlamento.
Durante a sua visita à Feira do Livro, o presidente da Assembleia da República esteve algum tempo a folhear uma obra sobre Óscar Lopes, "A crítica do livro", com seleção de textos e introdução de Jorge Costa Lopes.
Mais à frente, antes de chegar ao stand da Assembleia da República, parou nas Edições 70 do Grupo Almedina onde comprou um livro sobre "A nova era do kitsch", de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy.
Pelo caminho, José Pedro Aguiar-Branco encontrou a sua amiga e colega de liceu, a jornalista Fátima Campos Ferreira, que estava a promover o seu livro sobre o general Ramalho Eanes.
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