A leitura do acórdão, que decorre hoje às 13:45, centra-se num processo em que um grupo de nove arguidos é acusado pelo Ministério Público de traficar droga (sobretudo cocaína e canábis) na Lousã, Vila Nova de Poiares, Miranda do Corvo e concelho vizinhos, entre 2021 e 2023.
Na primeira sessão, oito dos nove arguidos (um dos suspeitos não esteve presente) optaram por não prestar qualquer declaração, numa audiência na qual foram ouvidos militares da GNR que itiram alguma dificuldade na investigação face à dinâmica da rede.
O grupo, composto sobretudo por homens na casa dos 20 anos, teria pessoas com funções definidas e uma estrutura hierárquica determinada, sendo suspeito de ter arrecadado uma receita de pelo menos 250 mil euros com a atividade.
Numa acusação com cerca de 100 páginas a que a agência Lusa teve o, o Ministério Público (MP) explica que o grupo começou por ser liderado por um jovem de 25 anos, que terá estruturado a organização, com hierarquia clara e tarefas definidas, juntando pessoas que já participariam no tráfico de forma autónoma.
Rodeado de dois braços direitos, o líder terá desenhado uma organização que procurava fugir à atenção das autoridades, com troca regular de residências e esconderijos para a droga, mudança frequente de telemóveis e uso de carros de terceiros nas deslocações ao Porto, para a compra da droga.
Na acusação, é ainda relatada uma disputa pelo comando da organização - depois de o suspeito de ser o líder tido sido preso em 2022 -, com várias alterações na chefia e na forma como atuava até ser desmantelado em julho de 2023, depois de uma série de detenções e apreensões.
Leia Também: Condenação de Álvaro Amaro é "profunda injustiça e duplo erro judiciário"