"Entre a noite de ontem (05 de junho) e a manhã de hoje (06 de junho), a operação aérea - tanto interilhas como doméstica e internacional -, foi afetada por diversos constrangimentos, alheios à sua responsabilidade, mas que estão a ter impacto na regularidade e na pontualidade da operação aérea", indica a empresa em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a nota, na manhã de hoje verificou-se a "limitação temporária de aproximação ao aeroporto de Ponta Delgada [ilha de São Miguel], devido a restrições de tráfego aéreo, por lançamento não autorizado de balões, o que obrigou a divergir e atrasar a partida de alguns voos da SATA Air Açores".
A SATA refere também a ocorrência de um episódio 'bird strike' (colisão de pássaro com aeronave), "no final do dia de ontem [quinta-feira] à chegada a Ponta Delgada, o que obrigou à imobilização de uma aeronave da Azores Airlines para inspeção obrigatória, implicando o reajuste da operação".
O grupo SATA aponta igualmente a existência de "condicionamentos na operação de voos com destino ao Porto, provocados por denso nevoeiro e limitações nos sistemas de aproximação do aeroporto, resultando em atrasos em cadeia na operação da Azores Airlines".
"Estes acontecimentos, aos quais as companhias aéreas são alheias, provocam atrasos em cadeia, difíceis de repor num curto espaço de tempo", salienta.
Ainda de acordo com a empresa, "apesar dos esforços contínuos para minimizar o impacto destas perturbações nos itinerários dos ageiros, a reposição da normalidade do tráfego está a ocorrer gradualmente" e os ageiros afetados por cancelamentos ou atrasos significativos "continuarão a ser informados sobre quaisquer alterações relevantes".
A SATA "lamenta os incómodos causados" e assegura que "está a envidar todos os esforços para normalizar a operação com a maior brevidade possível".
O caso mais recente, relacionado com o lançamento de balões, ocorreu hoje de manhã em Ponta Delgada.
De acordo com a RTP/Açores, o espaço aéreo de São Miguel encerrou temporariamente entre as 11h21 locais (12h21 em Lisboa) e as 12h30, por causa do lançamento de balões, alegadamente por alunos de uma creche.
A RTP adiantou ainda que o encerramento temporário do espaço aéreo deveu-se a razões de segurança e fez com que vários voos tivessem de divergir para Santa Maria, provocando ainda o atraso de outras ligações.
O diretor da Coriscolândia - Centro de Animação Lúdico-Pedagógico, uma das valências da Kairós (Cooperativa de Incubação de Iniciativas de Economia Solidária) já se manifestou "surpreendido" por o lançamento de balões, atividade de final de ano letivo, ter causado impacto no tráfego aéreo em São Miguel, garantindo ter informado a NAV.
Em declarações à Lusa, João Pimentel, disse que o lançamento de balões "é um evento com quase 20 anos", que acontece anualmente para assinalar o encerramento do ano letivo e "sempre decorreu com normalidade".
"Todos os anos ligamos para a torre de controlo do aeroporto a informar e a pedir autorização. E, ontem [quinta-feira] ligámos a informar que hoje iríamos lançar os balões. Disseram-nos que podia ser hoje entre as 11h00 locais e as 11h25 e foi o que fizémos", relatou.
Ainda segundo João Pimentel, antes do lançamento de balões, a Coriscolândia "voltou hoje a estabelecer um novo o" com a NAV Portugal - Navegação Aérea, que "não manifestou impedimento".
"Estamos irados com o que está a acontecer", reforçou o dirigente, acrescentando que só teve conhecimento da situação através de publicações nas "redes sociais".
João Pimentel disse também que os "cerca de 300 balões biodegradáveis" foram lançados "a mais de 10 quilómetros do aeroporto".
A Lusa tentou informações junto da NAV Portugal, mas não obteve resposta até ao momento.
Leia Também: São Miguel. Instituição supreendida com voos afetados por causa de balões