"ONU não representa quase nada, nenhuma decisão da ONU é seguida"

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou hoje a crítica à falta de representatividade geopolítica mundial na Organização das Nações Unidas (ONU) ao não incluir potências emergentes nos membros permanentes do Conselho de Segurança.

Brazilian President Lula visits

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Lusa
06/06/2025 20:32 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Lula da Silva

"Vocês sabem que eu defendo muito uma mudança na governança mundial. Nós não temos uma governança mundial hoje. A ONU não representa quase nada, nenhuma decisão da ONU é seguida e os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança também não obedecem", afirmou o chefe de Estado brasileiro no encerramento do Fórum Económico Brasil-França, no hotel Intercontinental, em Paris.

 

Lula apelou a uma ONU "representativa" perante "um mundo cada vez mais complexo".

"Porque é que não tem no Conselho de Segurança da ONU um país do tamanho do Brasil? O México? Porque é que não tem a Índia? Porque é que não tem a Etiópia, que tem 156 milhões de habitantes? A Nigéria com 116 milhões de habitantes? O Egito que tem 100 milhões de habitantes? Todas essas pessoas estão de fora. A Alemanha está fora. O Japão está fora porque a China não quer", apontou.

Lula da Silva lamentou que os países não cumpram o que é estipulado nos acordos alcançados no quadro da ONU por falta de medidas de incumprimento, alertando que isso poderá acontecer com o que for decidido este ano na 30.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no coração da Amazónia brasileira.

"A ONU que criou o Estado de Israel em 1947, por que não cria agora o da Palestina?", questionou, referindo-se ao conflito na Faixa de Gaza desencadeado em outubro de 2023 e que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, sendo bastante aplaudido por mais de uma centena de pessoas que o ouviram.

Na quinta-feira, no primeiro dia da visita de Estado de Lula da Silva em Paris, a primeira em 13 anos, durante a conferência de imprensa no Eliseu com o Presidente francês, Emmanuel Macron, o Presidente brasileiro instou o homólogo francês a aceitar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul nos seis meses da presidência brasileira deste bloco.

"Esta travessia do Atlântico que simboliza 200 anos de amizade entre nossos países. Vamos seguir inventando o que Lévi-Strauss chamava de uma outra humanidade. Nos vemos domingo em Mónaco e depois Nice, pelos oceanos", escreveu Macron na rede social X.

O Presidente brasileiro recebeu hoje o título de 'doutor Honoris Causa' na Universidade Paris 8, antes de se deslocar para a terceira conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos em Nice e depois a Lyon.

Leia Também: Lula 'dá tudo' e imita acrobata durante visita a exposição com Macron

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