No primeiro mês como Papa Leão XIV, Robert Francis Prevost liderou pouco mais de 20 eventos públicos, não fez nomeações relevantes, não anunciou planos de viagens ao estrangeiro nem revelou onde viverá no Vaticano. Sinais que já contrastam com Francisco, eleito o primeiro Papa das Américas em março de 2013.
No espaço de um mês, o Papa Francisco anunciou que seria o primeiro líder da Igreja Católica, em mais de um século, a viver fora do palácio apostólico do Vaticano, nomeou o seu sucessor como arcebispo de Buenos Aires e criou um novo grupo consultivo de cardeais católicos seniores.
Contudo, os apoiantes de Leão XIV não estão preocupados. Esperam que o novo Papa, de 69 anos, adote uma abordagem mais ponderada perante os desafios que a Igreja Católica enfrenta, fazendo com que possa precisar de meses até tomar decisões importantes.
"Leão está a levar o seu tempo. Embora vá continuar no caminho indicado pelo Papa Francisco, a sua disposição é muito diferente", afirmou à Reuters o reverendo Mark Francis, amigo do norte-americano desde a década de 1970.
Robert Francis Prevost foi nomeado bispo por Francisco em 2015 e, depois, escolhido pelo argentino para assumir um cargo sénior no Vaticano, que ocupou nos últimos dois anos.
Nestas primeiras semanas, o Papa Leão XIV elogiou o antecessor com frequência e repetiu alguns dos principais temas que preocupavam Francisco, fazendo eco dos apelos emocionados do argentino para o fim das guerra na Faixa de Gaza e na Ucrânia.
Ainda assim, as diferenças estão à vista.
"Leão é muito mais concentrado, metódico e não está inclinado a tomar decisões precipitadas", acrescentou Rev. Francis, que frequentou o seminário com o atual Papa, em Chicago.
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