Ministério da Defesa russo diz que avisou Kyiv sobre entrega de corpos

O Ministério russo da Defesa garantiu hoje que avisou Kyiv com antecedência sobre a entrega dos corpos dos soldados ucranianos mortos em combate, contrariando a versão de que estava a recorrer a "ações unilaterais".

Alexander Fomin

© Getty Images

Lusa
07/06/2025 19:29 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Transmitimos as nossas propostas a este respeito ao lado ucraniano com antecedência e estávamos prontos para começar a entregar os corpos dos mortos já esta semana", disse o vice-ministro russo da Defesa, Alexander Fomin, numa declaração publicada no canal Telegram do governo russo.

 

De acordo com o governante, o lado russo também enviou "representantes do grupo de o para a fronteira bielorrussa-ucraniana para chegar a acordo sobre todos os detalhes técnicos no local".

"Entretanto, até à data, não recebemos a autorização de Kyiv para levar a cabo operações humanitárias. Os representantes do grupo de o ucraniano não chegaram ao local da reunião. Não sabemos a razão do atraso nos prazos para as trocas de impressões", afirmou.

Fomin recordou que, durante a última ronda de negociações em Istambul, foram alcançados "acordos concretos" sobre a troca de prisioneiros de guerra e a entrega de ucranianos mortos em combate.

E prosseguiu: "Gostaria de sublinhar que, durante a discussão desta questão com a delegação ucraniana, salientámos a nossa disponibilidade para resolver isto como uma questão prioritária e o mais rapidamente possível".

Anteriormente, o chefe do grupo de negociação russo, Vladimir Medinsky, acusou a Ucrânia de "adiar indefinidamente" a troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, gravemente doentes e feridos.

A Ucrânia, por seu lado, acusou a Rússia de manipulação e questionou a determinação da equipa de negociação russa, tendo em conta o incumprimento das promessas.

"Apelamos à Rússia para que não crie obstáculos artificiais e falsas declarações para evitar a devolução dos prisioneiros ucranianos e para que não leve os seus prisioneiros para a Rússia", afirmou o Ministério da Defesa ucraniano numa declaração no Telegram.

O ministério, cujo chefe, Rustem Umerov, dirige a delegação de negociação ucraniana, denunciou que se trata de mais uma tentativa de "reverter" 'a posteriori' o que foi acordado em Istambul, o que "mais uma vez levanta dúvidas sobre o nível e a capacidade da equipa de negociação russa".

Quanto à troca dos corpos dos mortos em combate, as autoridades ucranianas afirmaram que ainda não tinha sido acordada qualquer data e que a parte russa tinha recorrido a "ações unilaterais".

"Infelizmente, em vez de um diálogo construtivo, somos mais uma vez confrontados com manipulações e tentativas de instrumentalizar questões humanitárias sensíveis para fins mediáticos. Estamos interessados num resultado real: o regresso dos nossos prisioneiros e dos corpos dos mortos e estamos prontos a continuar a trabalhar nesse sentido dentro do quadro acordado", assegurou o ministro ucraniano.

Na quarta-feira, o Presidente ucraniano anunciou que Kyiv e Moscovo iriam trocar 500 prisioneiros de guerra, de cada lado, no fim de semana, depois de terem concordado, dois dias antes, libertar os feridos, gravemente doentes ou com menos de 25 anos.

A Rússia e a Ucrânia já tinham acordado trocar mil prisioneiros de cada lado no primeiro encontro direto entre representantes dos dois países em três anos, também realizado em Istambul, em 16 de maio. A troca, a maior de toda a guerra, aconteceu dias depois, em três fases.

Leia Também: Kyiv desmente ter "adiado" troca de prisioneiros com Moscovo

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