Trump adiantou, em conferência de imprensa na Casa Branca, que a conversa com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, correu "muito bem" e que decorrerá "um encontro com o Irão na quinta-feira", a sexta ronda de os bilaterais.
"Estamos a tentar chegar a um acordo [com o Irão] para que não haja destruição ou morte", frisou Trump, referindo que os iranianos são "negociadores duros".
Quando questionado sobre os obstáculos a um acordo, Trump apontou que os iranianos "estão a pedir coisas que não podem ser feitas".
"Deram-nos a sua opinião sobre o acordo e eu disse que simplesmente não é aceitável", frisou.
Sobre as negociações para a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza, na sequência da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, Trump garantiu que "o Irão está envolvido".
"Veremos o que acontece a Gaza. Queremos os reféns de volta", enfatizou.
O chefe de Estado norte-americano abordou também a apreensão do veleiro humanitário "Madleen", que transportava ajuda para o enclave palestiniano com a ativista Greta Thunberg a bordo, descrevendo a sueca como uma pessoa raivosa e estranha e recomendando "um curso de controlo da raiva".
O gabinete de Netanyahu divulgou, posteriormente, uma nota oficial sobre o telefonema com Trump, referindo que durou cerca de 40 minutos.
"O Presidente Trump informou o primeiro-ministro que os Estados Unidos apresentaram uma proposta razoável ao Irão e que espera receber uma resposta nos próximos dias", referiu o gabinete do primeiro-ministro israelita.
"O presidente dos EUA informou o primeiro-ministro que planeia realizar outra ronda de negociações com o Irão este fim de semana", acrescentou.
O Irão tinha anunciado hoje que vai apresentar em breve aos Estados Unidos a sua própria proposta para um potencial acordo, após uma oferta norte-americana entretanto recusada, de acordo com fonte oficial em Teerão.
Inimigos há quatro décadas, o Irão e os Estados Unidos realizaram, desde abril, cinco séries de negociações, com a mediação de Omã.
Os dois países estão a tentar concluir um acordo destinado a impedir Teerão de adquirir armas nucleares em troca do levantamento das sanções que estão a paralisar a economia iraniana.
O Irão nega ter ambições militares com o seu programa nuclear e um dos obstáculos nas negociações tem sido a questão do enriquecimento do urânio. Os EUA exigem que o Irão renuncie totalmente a essa atividade, enquanto Teerão considera a exigência inaceitável, argumentando que é contrária ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), de que é signatário.
Na semana ada, o líder supremo iraniano, o 'ayatollah' Ali Khamenei, qualificou a proposta norte-americana como "100% contrária" aos interesses do Irão.
Hoje, na sede da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em Viena, começou uma importante reunião trimestral, em que o órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear deve analisar esta semana as atividades do Irão neste domínio.
O Irão ameaçou no domingo reduzir a cooperação com a AIEA se for adotada uma resolução desfavorável ao país.
Segundo fontes diplomáticas, os europeus e os Estados Unidos pretendem apresentar durante esta reunião da AIEA uma resolução contra o Irão, com a ameaça de remeter o processo para as Nações Unidas, medida que desencadearia um mecanismo para o restabelecimento das sanções da ONU contra o Irão.
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