O Prémio Nobel da Paz assumiu a liderança do governo do seu país em agosto ado, na sequência dos motins que precipitaram o fim do mandato (2009-2024) da antiga primeira-ministra Sheikh Hasina.
No clima de grande tensão política que se mantém desde então, prometeu organizar eleições gerais em abril de 2026, após a adoção de uma série de reformas que considera essenciais para o reforço da democracia.
"Queremos dizer adeus ao velho Bangladesh e criar um novo", afirmou numa conferência promovida pelo grupo de reflexão Chatham House, em Londres, na terça-feira.
Este "pacote de reformas", que descreveu como a "Carta de julho", foi elaborado por um comité de "consenso" dos partidos políticos do Bangladesh e deverá ser apresentado no próximo mês, continuou Yunus.
Questionado sobre se prolongaria o seu mandato à frente do país aquando das eleições, o promotor do microfinanciamento, de 84 anos, garantiu que se retiraria da política.
"Não creio que nenhum dos membros do nosso governo [provisório] queira isso, não sou o único", disse um divertido Muhammad Yunus, levantando os braços para o céu, e acrescentou: "A nossa função é assegurar uma transição correta e garantir que o povo esteja satisfeito quando entregarmos as chaves do país ao governo eleito".
"Por isso, queremos que as eleições corram bem. Se não for esse o caso, nada será resolvido", continuou o também apelidado de "banqueiro dos pobres".
Na linha da frente dos opositores de Sheikh Hasina, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP) é apresentado como o favorito nas próximas eleições.
Na quinta-feira, Yunus deverá encontrar-se com o seu líder, Tarique Rahman, 59 anos, que vive no exílio no Reino Unido desde a sua condenação no Bangladesh em 2008.
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