Este projeto terá início em julho, com uma duração de 12 meses, e será desenvolvido por um inspetor da PJ e acompanhado pelas universidades da Madeira e da Beira Interior, contando com o apoio das 14 estações de tratamento das águas residuais, indicou aos jornalistas o diretor adjunto da PJ, Carlos Farinha.
O responsável falava após a primeira reunião do projeto de estudo das águas residuais, que reuniu no Departamento de Investigação Criminal da Madeira, no Funchal, os diversos parceiros.
"É um projeto de inovação, é um projeto de obtenção de conhecimento, é um projeto que visa também ter resultados no plano do ambiente e no plano de um fenómeno que tem impactos, não só, ainda que no plano policial e criminal, mas também muito no plano social", realçou.
À semelhança do que tem acontecido noutras cidades portuguesas e europeias, o objetivo é ter também "mais conhecimento sobre a presença de novas substâncias psicoativas e de drogas na Madeira".
O diretor adjunto da PJ explicou que, durante um ano, serão feitas recolhas, calendarizadas, de forma a terem padrões que evitem "situações anómalas" e "falsas informações".
"O que nos move é procurar ter um conhecimento que seja aplicado à tomada de decisão", disse, frisando que "o objetivo final é ter uma ideia da região e não propriamente do concelho A, B ou C".
Apontando que as substâncias psicoativas têm um "impacto significativo" na região autónoma, Carlos Farinha salientou que "mais conhecimento" ditará também "mais capacidade de ter boas decisões de intervenção para minorar os seus aspetos negativos".
"Nós temos consciência de que o fenómeno de algumas substâncias tem mais evidência nas regiões autónomas, tem mais frequência, tem mais presença e prevalência nas regiões autónomas do que noutras regiões continentais", assumiu.
O responsável da PJ indicou também que ocorrerá em abril ou maio de 2026, na Madeira, uma reunião de peritos europeus na área da toxicologia da Rede Europeia de Ciências Forenses e que, nessa ocasião, "pode ser que haja alguns relatórios ou alguns resultados preliminares".
A gestão das águas residuais é feita pela empresa pública Águas e Resíduos da Madeira (ARM) em cinco concelhos do arquipélago e é responsabilidade das autarquias nos restantes seis.
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