O socialista Pedro Costa comparou o novo Governo a um "melão" com "pouco sabor, algumas partes verdes" e outras "já meio podres" e vê Luís Montenegro com a postura de "alguém que nunca foi primeiro-ministro".
"Luís Montenegro falou da necessidade de uma visão e trazer mais ambição. Parece o discurso de alguém que nunca foi primeiro-ministro, de alguém que é primeiro-ministro pela primeira vez. Temos ouvido que os governos são como os melões, mas este melão tem um problema: já está aberto. Sabemos que tem, maioritariamente, pouco sabor, algumas partes verdes e, do lado oposto do melão, algumas partes já meio podres", explicou Pedro Costa, no espaço de comentário na CNN Portugal.
Para o filho do ex-primeiro-ministro António Costa, a composição do novo Executivo traz "pouca novidade", mas a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, merece "especial destaque".
"Vai ser, mais do que um para-raios, um para-choques para Luís Montenegro, para os embates que terá durante o verão com urgências fechadas e com o relatório que provavelmente sairá da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, sobre a greve do INEM onde, tudo indica, haverá responsabilidade da ministra ou da secretária de Estado", acrescentou o socialista.
Recorde-se que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou, na semana ada, a lista de 43 secretários de Estado proposta pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para o XXV Governo Constitucional, mais duas secretarias de Estado do que no XXIV.
No total, o Executivo terá 60 governantes, contando com o primeiro-ministro, dos quais 20 são mulheres (33%), quando no anterior eram 24 em 59 (cerca de 40%).
Além de um novo Ministério, o da Reforma do Estado, com duas novas secretarias de Estado, há também uma mudança com significado político: Rui Freitas, até agora secretário de Estado Adjunto e da Presidência a a ser também da Imigração, uma área que tem estado no centro do debate.
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