"O que dizer desta golpada, não há outro nome, peço desculpa, também não estou a medir as palavras, desta golpada que se chama o negócio do Novo Banco", disse Paulo Raimundo, durante o convívio regional do P em Estarreja, no distrito de Aveiro.
O dirigente comunista lembrou que os portugueses pagaram oito mil milhões de euros, para libertar o Novo Banco, que foi depois vendido a um fundo americano por mil milhões de euros.
Contudo, Raimundo diz que, na prática, o banco foi comprado a custo zero pelo fundo, porque os mil milhões de euros foram retirados de dividendos do próprio banco, e está agora a ser vendido por 6,4 mil milhões de euros.
"Eis o resultado final disto: O fundo americano encaixa. O Estado vai buscar uma migalha. Nós pagámos o buraco e o banco que devia ser público, porque está pago pelos recursos públicos, foi para as mãos de mais uma empresa multinacional sa. Ora aí está um belo negócio para alguns, um péssimo negócio para todos e para o país", concluiu.
O P já anunciou que vai avançar com uma iniciativa na Assembleia da República para recuperar o controlo público do Novo Banco.
A Lone Star chegou a acordo com o grupo bancário francês BPCE para a venda da sua posição acionista no Novo Banco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social.
A conclusão da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
O Governo já anunciou também que vai acompanhar a venda da Lone Star, alienando os 11,46% do capital do Novo Banco controlados diretamente pelo Ministério das Finanças, que deverá render cerca de 733 milhões de euros.
Os restantes 13,54% estão nas mãos do Fundo de Resolução que poderá encaixar cerca de 866 milhões de euros com o negócio.
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