Grupo Wagner deixa o Mali, mas "Africa Corps assume o comando"

O grupo paramilitar russo Wagner vai deixar o Mali, onde está presente desde 2021, e os seus contingentes serão reintegrados noutra estrutura, num momento em que o país tem mais sinais de violência por ações de grupos 'jihadistas'.

Grupo Wagner

© Reuters

Lusa
08/06/2025 16:54 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Grupo Wagner

"Oficialmente, a Wagner está a terminar a sua presença no Mali. Mas o 'Africa Corps' [uma nova estrutura gerida pelo Kremlin] está a assumir o comando", disse à agência de notícias sa -Presse fonte diplomática no Sahel.

 

Desde os golpes de Estado em 2020 e 2021 que levaram ao poder a junta liderada pelo general Assimi Goïta, o Mali rompeu a sua aliança com a antiga potência colonial sa para se virar militar e politicamente para a Rússia.

Numa mensagem publicada na sexta-feira num canal Telegram do grupo podia ler-se: "Missão cumprida. O Wagner está de regresso a casa."

Contudo, o "Kremlin continua a controlar o jogo", continuou a mesma fonte diplomática: "A maior parte do pessoal de Wagner no Mali, originário da Rússia, será reintegrado no 'Africa Corps' e mantido nas capitais regionais do norte e em Bamako."

Oficialmente, o Mali nunca reconheceu a presença de mercenários da Wagner, mas afirma que recorre a instrutores russos.

"Wagner ontem ou 'Africa Corps' hoje, o nosso interlocutor continua a ser o mesmo, é o poder central na Rússia, ou seja, o Kremlin", reagiu uma fonte de segurança maliana.

Uma fonte militar do Mali confirmou que "a cooperação militar com a Rússia continua, com ou sem Wagner".

Até porque "a Rússia continua a ser o nosso parceiro estratégico em termos de cooperação militar", acrescentou a fonte.

O grupo de mercenários russos foi desmantelado e reorganizado após a morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin, em agosto de 2023.

Os métodos brutais do grupo paramilitar no terreno, no Mali, são regularmente denunciados pelas ONG de defesa dos direitos humanos.

A situação militar no Mali continua tensa e hoje o exército anunciou que se retirou da base de Boulkessi, objetivo recorrente dos ataques da filial da al-Qaeda no Sahel.

A base de vários hectares foi atacada por 'jihadistas' duas vezes em dois dias. O primeiro ataque, efetuada por assaltantes fortemente armados, causou dezenas de mortos. No segundo, os jihadistas utilizaram drones e, depois de terem partido, chegou um contingente militar para apoiar a retirada das restantes forças.

Fontes militares falam de uma "retirada estratégica", apesar do aumento evidente das ações da al-Qaeda no norte, centro e sul do Mali nas últimas semanas.

Oficialmente, as forças armadas estão a "obter resultados significativos" dizendo que conseguiram "desmantelar várias conspirações e planos de atentados terroristas destinados a semear o pânico entre a população e a desestabilizar as instituições" do país africano.

Contudo, a situação militar no terreno parece estar a fugir ao controlo das autoridades estatais.

Leia Também: Mali anuncia "ampla contraofensiva" contra rebeldes no país

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas